Depois que compreendi meu diagnóstico de Fibromialgia comecei a perceber meu filho pequeno que já estava com 2 anos de idade. O primeiro sinal visível que observei foi a estereotipia, ele balançava com o corpo boa parte do tempo de um lado para o outro e de frente para trás.
Quem faz o diagnóstico de TEA?
Quando ficava irritado era pior ainda: batia a cabeça para trás e as vezes para frente na parede ou em algum móvel da casa. A irritabilidade dele era constante, não podia ser contrariado. Hoje entendo que a frustração para eles é diferente do que para nós. É muito mais intensa e dolorosa para eles. Eles não tem no cérebro deles uma saída para as situações, têm a impressão de que aquilo não vai passar, permanecerá sempre. Naquela época não tinha conhecimento desse fato e exigia que ele me explicasse o que estava acontecendo para poder ajudá-lo, mas naquele momento era impossível me explicar ou tentar me fazer entender. A sua resposta infantil à frustração era o machucar-se. Hoje entendo muito mais do que antes e me entristeço ao pensar que podia ter ajudado mais meus 2 filhos se tivesse conhecimento do que se passo dentro deles.
As Crises de raiva se repetiam constantemente, havia dias que aconteciam cerca de 5 vezes, estava exausta e procurei primeiramente a Escola. Eu achava um absurdo ter que ficar período integral pelo regime da escola pública. Não podia pagar escolinha particular mas fui tentar conversar para obter apoio da escola dele.
Marquei um horário e levei um artigo que tinha lido impresso com os pontos principais relacionados a minha suspeita de autismo. Mas a escola disse que não, que suas crises eram devidas ao ambiente familiar. Sempre me orientavam a conversar com o Vitor. Eu explicava que sempre conversava com ele mas muitas vezes ele me ignorava parecia até estar longe. Hoje sei que há o shutdown, que também é uma crise mas é interna, onde o autista parece se desligar ou dissociar do ambiente externo, parece falta de comunicação, olhar vago, respiração lenta outras vezes pode ser rápida.
Infelizmente tive que aprender tudo sozinha mesmo, muitos médicos também chegaram a me dizer que eu não educava meu filho, que aquilo não era um transtorno, que era falta de saber educar uma criança.
Meu próprio marido não acreditava em mim, insistia em dizer que ele era muito inteligente e era apenas nervoso além do normal e que quando crescesse iria aprender a se autorregular. Mas não, não aceitava isso pacificamente estava exausta, nervosa e me sentia sozinha.
Mas qual a diferença entre TEA e Autismo?
TEA e autismo são a mesma coisa, TEA é a sigla para "Transtorno do Espectro Autista". É um termo abrangente que inclui uma variedade de condições caracterizadas por desafios na comunicação social, comportamentos repetitivos e interesses restritos. O TEA é considerado um espectro porque os sintomas e a gravidade podem variar amplamente entre indivíduos.
O diagnóstico de TEA é baseado em critérios específicos que incluem
dificuldades na interação social, padrões de comportamento restritos e
repetitivos, e diferenças na forma como os indivíduos percebem e processam
informações sensoriais. É um transtorno neurodesenvolvimental, o que significa
que afeta o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso.
Os sintomas do TEA geralmente aparecem antes dos 3 anos de idade, mas a gravidade e a forma como se manifestam podem variar muito. O tratamento pode incluir uma combinação de terapias comportamentais, educacionais e, às vezes, medicamentos para ajudar a gerenciar sintomas específicos e apoiar o desenvolvimento da pessoa.
Procurei apoio nos meus pais e nos meus irmãos. Cada vez que os visitava escutava que era mole, que não sabia educá-lo que precisava ser mais firme, usar de autoridade. Cheguei a testar minha autoridade, mas nem dando uns tapinhas resolvia a situação, percebi que até piorava. Cada vez ia menos na casa da minha mãe, pois não me sentia acolhida, compreendida e ainda gritavam muito com o Vitor, o que me deixava mais triste do que já estava. Qualquer motivo era motivo de reclamarem do comportamento dele e se ele não me obedecia por entrar em crise sempre eu era a culpada. Podia ser alguma coisa que ele queria comer ou não comer, o jeito dele falar, se esquecia de pedir por favor, qualquer coisa era motivo para brigarem com ele. Fui deixando de visitá-los gradativamente e também era incompreendida por isso.
Comentários
Postar um comentário
Olá, deixe seu comentário ou sua sugestão, sua opinião é muito importante para nós!